quinta-feira, 5 de maio de 2011

Polícia Federal e ICM-Bio lacram marcenaria no Sertão do Ubatumirim


A comunidade do Sertão do Ubatumirim foi surpreendida na manhã desta quarta-feira, 4, por homens da Polícia Federal e do Instituto ICMBio. Os policiais lacraram a marcenaria do bairro por alegarem que a mesma não possui licença para funcionamento. Já a comunidade afirma que a marcenaria é para usufruto próprio e não possui fins comerciais. “Todos aqui precisam da marcenaria, usamos madeiras que já estão mortas. Já tentamos de toda forma regularizar o local, mas existe um decreto federal que diz não ser necessária a licença justamente por sermos uma comunidade de produtores rurais e usarmos tudo para nosso próprio sustento”, disse André Cardoso, representante da comunidade do Sertão do Ubatumirim.

O chefe do Parque Nacional da Serra da Bocaina, Francisco Livino, esteve no local, anunciando o lacre nas máquinas e a apreensão da madeira existente na marcenaria. “Estamos cumprindo nosso papel de órgão fiscalizador. Vai haver uma autuação e um prazo para que eles regularizem a situação”, afirmou Livino.

O Sertão do Ubatumirim está localizado dentro da área do Parque Estadual da Serra do Mar e do Parque Nacional da Serra da Bocaina e por isso sofre uma série de restrições. Os moradores do bairro há anos querem chamar a atenção das autoridades para que sejam vistos de forma diferenciada por se tratarem de caiçaras tradicionais, que estão no local há décadas e que usam a terra para subsistência.

Os moradores procuraram pela Prefeitura de Ubatuba, pedindo apoio. De acordo com o secretário municipal de Obras e Serviços Públicos, José Roberto Junior, “trata-se de uma comunidade tradicional que está ali há muitas gerações. Acreditamos que eles devem ser tratados de maneira diferenciada, com respeito às suas tradições e costumes, principalmente por serem produtores rurais, que dependem dessas atividades para sobrevivência. A prefeitura entende que a comunidade sofre com essas restrições e esperamos que tudo possa ser resolvido da melhor forma possível”. (Fonte: Assessoria de Comunicação – PMU)

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